sábado, 27 de setembro de 2014

NÃO HÁ PROTECTORADO ISSO ERA UMA REALIDADE DA LEI COLONIAL PORTUGUESA DISSE NORBERTO GARCIA DO REGIME COLONIALISTA DO MPLA NA NAÇÃO LUNDA TCHOKWE À VOA

NÃO HÁ PROTECTORADO ISSO ERA UMA REALIDADE DA LEI COLONIAL PORTUGUESA DISSE NORBERTO GARCIA DO REGIME COLONIALISTA DO MPLA NA NAÇÃO LUNDA TCHOKWE À VOA



Porta-voz do MPLA em Luanda acusou a Unita de ser uma criação do colonialismo.


Não é verdade que haja uma política de intolerância política em Angola, disse o porta-voz e secretário de informação e propaganda do MPLA em Luanda, Norberto Garcia.


Num animado “Angola Fala Só” esta sexta-feira, 26, Garcia garantiu que “o MPLA não orienta ninguém” para tirar bandeiras da UNITA como alegado por um ouvinte ou para atacar a Unita.


O dirigente do partido no poder atribuiu tal prática a actos individuais  devido às atrocidades que teriam sido cometidas pela Unita durante a guerra e pelo facto de haver poucas famílias em Angola que não tenham sido mortas na guerra.


“Peçam desculpas às pessoas e a intolerância vai acabar”, disse o porta-voz do MPLA em Luanda para quem após a guerra foi o partido dele que “reergueu a Unita”.


“Quem salvou a Unita foi o MPLA”, disse afirmando ainda que após a morte do primeiro presidente da Unita, Jonas Savimbi, foi o governo do MPLA que foi “buscar às matas” os elementos da Unita para os reintegrar.


“Tenham a humildade de ver isso”, acrescentou Norberto Garcia, quem afirmou que “os militantes da UNITA foram protegidos” pelo governo do MPLA.


Norberto Garcia acusou ainda a UNITA de hipocrisia política ao afirmar que o partido de Isaías Samakuva não aprovou a Constituição actual mas queixa-se de que a mesma não é respeitada.


Garcia disse que as recentes medidas de descentralização do poder em Luanda  fazem parte dos “ensaios para as autarquias locais”.


“Estamos a fazer ensaios e a preparar as pessoas para as autarquias locais”, disse o dirigente do MPLA sublinhando que antes das eleições autárquicas há que “ter as pessoas e as instituições” que possam lidar com a nova realidade do poder local.


Interrogado sobre a longa permanência do presidente José Eduardo dos Santos no poder, Norberto Garcia disse que “Santos está muito bem onde está” e reiterou que se a Unita tivesse aceite a segunda volta das eleições em 1992 “José Eduardo dos Santos já não seria presidente” por imperativo constitucional.


Nessa altura, disse numa referência ao colapso da Somália, a Unita quis “somalizar” Angola.


“A alternância irá surgir oportunamente”, afirmou, mas avisou que no próximo congresso extraordinário do MPLA não estarão em discussão as posições de liderança do partido. “Não há alternância à força, pois a democracia é a vontade da maioria”, acrescentou.


O porta-voz do MPLA negou que houvesse  “partidarismo” nos órgãos  de informação estatais e justificou a presença do partido na imprensa como facto de "o MPLA fazer mais do que os outros partidos”. A imprensa angolana “é livre e aberta”, disse Garcia.


Noutro momento da conversa com os ouvintes, Norberto Garcia rejeitou qualquer forma de separatismo em Angola quando interrogado sobre a Lunda Norte. Um ouvinte recordou que leis portuguesas reconheciam as Lundas como um “protectorado”, mas Norberto Garcia disse que isso era uma realidade da “lei colonial” portuguesa. “Angola é um único país, um só povo, uma só nação”, asseverou.


“Não há protectorado”, disse, afirmando ainda  que Angola “ não pode correr o risco de isolar essa zona do país”.


“É isso que o PRS quer”, afirmou numa referência ao Partido da Renovação Social que defende o federalismo para Angola.


Garcia disse contudo que o governo do MPLA defende a “descentralização” para que se possa “governar na proximidade”.


Garcia que há ainda problemas em Angola e que o MPLA está ciente disso. “Não vou dizer que é tudo um mar de rosas que está tudo bem” disse.


“Temos que governar com mais transparência, temos que lutar contra a corrupção”, disse acrescentando estar no entanto convencido que as políticas  do governo são aquelas “que o país precisa”.



O porta-voz do MPLA e secretário para a informação e propaganda do MPLA em Luanda  acusou ainda a UNITA ser uma “criação do sistema colonial”, afirmando que a UNITA “ pouco combateu o sistema colonial…. Ajudando mais o colonialismo”.