terça-feira, 16 de setembro de 2014

SECRETARIO MUNICIPAL DO MPLA NO CUILO, ADVERTIU EM REUNIÃO ASSASSINAR AUTORIDADE TRADICIONAL LUNDA TCHOKWE CONOTADO COM O MOVIMENTO DO PROTECTORADO

SECRETARIO MUNICIPAL DO MPLA NO CUILO, ADVERTIU EM REUNIÃO ASSASSINAR AUTORIDADE TRADICIONAL LUNDA TCHOKWE CONOTADO COM O MOVIMENTO DO PROTECTORADO




Cuilo, Lunda-Norte – O 1º Secretario do MPLA do Município do Cuilo, Rodrigues Tchizeca, convocou numa reunião a semana passada na sede do seu Partido alguns membros da Autoridade do Poder Tradicional Lunda Tchokwe, sediada naquele município, para os advertir duramente; de que tem ordens expressas do Presidente do Partido e da Republica José Eduardo dos Santos, ameaçando assassinar “Soba, Regedor”, conotado com o movimento do Protectorado.



Segundo o mesmo, vai busca-los na calada da noite, e assassiná-los não haverá voz para os defender, ameaçou também com cadeias e perseguições permanentes por agentes do SINSE/SINFO, para aqueles que ousarem desafia-lo, bem como corte do salário dos 15.000,00 Kz que recebem do governo.


Rodrigues Tchizeca disse que, o Movimento do Protectorado, quer dividir Angola, o MPLA não reconhece esses “Indivíduos”, por isso não vai permitir que no CUILO se faça sentir a presença massiva de membros desta organização cívica que reivindica a AUTONOMIA DA NAÇÃO LUNDA TCHOKWE, por direito legítimo histórico-natural.


O direito não se compadece com qualquer propaganda política ideológica. Quem subscrever no pedido escrito pelo detentor do direito potestativo, reconhece o desejo alheio e deve agir sempre de boa fé, sob princípio do direito de obrigações, porque o elemento constitutivo de um pacto, são as assinaturas dos contraentes, que representa a vontade do eu de cada um, princípio universal – “Pacta Escripta Sunt Servanda”.



Foi este princípio universal que fez com que Portugal sentasse a mesa de negociações e subscrever os Tratados de Protectorado com a Nação Lunda Tchokwe, o reconhecimento do direito real do Estado Tchokwe; 6 tratados, 5 de Protectorado desde 1885 – 1888, um tratado de fronteiras convencionais, celebrado aos 31 de Dezembro de 1890, assinado aos 25 de Maio de 1891, trocadas ao 24 de Março, e ractificada em Paris no dia 1 de Agosto de 1894 entre Portugal e a Bélgica em obediência ao artigo 3.º da Convenção de 12 de Fevereiro de 1885 em Berlim com Associação Internacional Africana.



Sem qualquer margem de dúvida política ou jurídica, a Nação Lunda Tchokwe é independente e nunca foi colónia de Portugal, nem integrada ou incluída na província ultramarina Portuguesa Angola, de acordo com a sua constituição de 1826 e a de 1935.



A história de formação da Província Ultramarina Portuguesa desde 1482, juntou num só estatuto os reinos de Ndongo, Mataba, Benguela ou Bailundo das regiões do norte, sul e nordeste até Malange, delimitação apresentada a Conferencia de Berlim de 1884 – 1885 e plasmada no mapa do Inglês George Cawston.



Este mesmo Principio Universal, “PACT SCRIPTA SUNT SERVANTA”,  o governo do MPLA o reconhece e o plasmou na actual Lei constitucional de Angola, artigo 26º e 27º; as instituições do estado angolano, mormente partidos políticos reconhecidos desde 2007 e o poder judiciário comparticipam na dura realidade da presença do Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe incluindo a comunidade internacional e os organismos afectos a ONU que acompanham o processo pacífico á céu aberto.



O senhor 1.º Secretario do MPLA no Cuilo, esta a margem dos acontecimentos, deve procurar mais informações a nível das Estruturas Centrais do seu Partido, não se pode tapar o Sol com a peneira.


O estatuto do MPLA, parte I, princípios fundamentais e carácter do MPLA, Capitulo I – alínea 1.2)- PAZ, ler parágrafos 1,2,3 e 4 e os demais; a alínea 1.3) Liberdade e Justiça Social; o MPLA diz também que respeita os direitos Humanos no Capitulo II alínea 2.6) acerca da sua orientação politica e ideológica.



Como se pode compreender, que um Partido que defende a ferro e fogo liberdade de expressão e dos direitos humanos no seu estatuto, é o primeiro que ameaça assassinar quem pensa diferente dentro do seu direito?